"Estive no programa mais importante do mundo"

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Como é que tem corrido a incursão pelo território norte-americano?
Há seis anos que faço digressões pelos Estados Unidos. Por norma, são duas por ano. Uma de quinze dias, outra de um mês. Já actuei em salas míticas como o Carnegie Hall, o Walt Disney Concert Hall ou o Hollywood Bowl. Tem sido um trabalho ao longo dos anos e, neste momento, estou a conquistar outros públicos, outros auditórios.

Como é que o público reage a uma música que é "diferente"?
O fenómeno é muito similar ao da ópera. No fundo, as pessoas ouvem o sentimento. Existe a barreira da língua mas as pessoas querem sentir o que a música lhes está a oferecer. Quando digo equivalente à ópera, é por causa da língua mas essa fronteira não chega a ser impeditiva. É evidente que a procura por uma cultura diferente também ajuda em todo este processo.

Sente alguma diferença face às primeiras vezes que esteve nos Estados Unidos?
As coisas correram muito bem desde o início. Neste momento, o público já me conhece melhor e o mercado também. A recepção já é diferente. Já me sinto em casa em vários auditórios. Só em Nova Iorque, já é o sexto concerto. Lembro-me de actuar no Central Park e no City Theater. Já me sinto conhecida aqui assim como em outras cidades.

Sente-se uma estrela pop?
Quando um artista se torna conhecido, chega a outro público e ganha mais território. Felizmente as coisas têm corrido muito bem. Já fiz festivais de todos os géneros, como o jazz, os blues ou até música de câmara. Os artistas são reconhecidos por si próprios, pelo seu trabalho e não pelo estilo de música. É claro que sinto um grande privilégio porque estive no programa mais importante do mundo como " Mariza from Portugal".

Foi o maior sinal de reconhecimento da sua carreira?
Eu diria que foi um dos mais importantes, ao nível de ser nomeada para um Grammy . É a primeira vez que um artista português o consegue e o mais importante é que pode abrir portas para outros músicos. O prémio que recebi da BBC também foi importante. Todos os convites para concertos também são sinal de apreço.

Considera que o filme Fados pode ajudar à divulgação do género um pouco por todo mundo?
O filme dignifica muito a cultura portuguesa. Vai mostrá-la a pessoas que nem nunca ouviram falar de Portugal ou não conhecem a nossa cultura. Neste caso, não só o fado mas toda a língua portuguesa será mais conhecida ou reconhecida. Claro que o Carlos Saura tem o seu público e o seu mundo. O espectáculo dele é outro. Estamos falar de um grande cineasta a nível mundial

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